Reencontros com a Arte

Como jornalista político-sócio-econômica do jornal Financial Times, durante os quatro anos que exerci esta função, viajei muito e conheci diversos países, e nunca deixei de aproveitar qualquer oportunidade que tinha para visitar museus, assistir peças de teatro e desfrutar concertos de música nas mais diferentes cidades ao redor do mundo.

Pelas voltas do destino, hoje vivo nesta simpática cidade gaúcha do Sul do Brasil chamada Santa Rosa. Nos quase dois anos de minha permanência aqui, senti uma grande falta daquilo que era parte de minha vida no passado: Arte.

A grande surpresa veio na semana passada quando fui convidada a visitar a exposição do artista plástico santa-rosense Valdir Fester, retrospectiva, no SESC. Não cabe a mim considerar-me "crítica de arte", mas, no entanto, causa-me uma grande alegria testemunhar que neste canto do Brasil existam artistas com o potencial de Valdir. O autodidata Valdir, e este talvez seja seu grande mérito, em suas diferentes fases traduz fielmente seus sentimentos, e consegue expressar em formas e cores parte de sua alma e personalidade.

Linhas suaves e sonhadoras em suas figuras e traços marcantes e precisos em suas formas (odisséia dos botões). Poucos artistas conseguem transmitir fielmente seu interior através de sua arte. Valdir é um deles.

Aplausos mil para este notável artista e para quem está promovendo a exposição de seus trabalhos. E um grande e carinhoso "muchas gracias" por aplacar parte de minha saudade em saber que a arte existe e está bem representada na cidade de Santa Rosa.

* Karla é guatemalteca, jornalista, e entre outros atributos, chef-de-cuisine do inesquecível El Nahual.

* A exposição retrospectiva, um reecontro do artista plástico Valdir Fester com obras das séries figuras e odisséia dos botões, permaneceu na Sala de Exposições do SESC Santa Rosa até o dia 04 de maio.